Uma bolsa plástica que imita o útero foi usada para ajudar no desenvolvimento de cordeiros que nasceram extremamente prematuros. O sistema poderá ser utilizado em fetos humanos nos próximos cinco anos, segundo estimativas dos pesquisadores. O método reproduz o ambiente do útero e substitui a placenta.

 

Conforme o pesquisador Alen Flake, médico do Hospital Infantil da Filadélfia (EUA), o sistema já foi desenvolvido pensando em bebês humanos, lembrando que nascer extremamente prematuro é uma das principais causas de mortes em fetos que possuem entre 22 e 24 semanas de gestação.

 

Ainda conforme o pesquisador, aqueles bebês que sobrevivem, além de serem vulneráveis a infecções nas incubadoras, possuem também grandes chances de desenvolverem problemas de visão e audição. “Eles têm órgãos muito imaturos. Simplesmente não estão prontos para nascer”, diz o médico.

 

O sistema de bolsa de fluidos, semelhante ao encontrado dentro da placenta, oferece um ambiente protegido de infecções. Já no lugar da própria placenta, que leva oxigênio e outras substâncias ao feto, os pesquisadores conectaram aparelhos de oxigenação ligados ao cordão umbilical do cordeiro.

 

Ao invés de bombear oxigênio para os fetos, os cientistas desenvolveram uma técnica que usa os próprios batimentos cardíacos do filhote para movimentar o sangue no equipamento. Eles esperam que este sistema de oxigenação seja menos prejudicial aos bebês do que os usados atualmente em incubadoras.

 

Flake espera desenvolver um equipamento um pouco diferente do testado em ovelhas para os bebês humanos. “Não quero que isso seja visto como fetos em bolsas penduradas na parede”, aponta ele. O objetivo é que o aparelho tenha um visual parecido com uma incubadora, com uma capa e um interior escuro.