O Tribunal do Júri condenou a 25 anos de prisão na tarde desta terça-feira (31/07), Marcos Antônio Coelho de Nousa, de 27 anos, réu que confessou ter assassinado a machadadas o trabalhador rural Nilcelio Lino Maia, de 42 anos, crime ocorrido em Guaraí no início de junho do ano passado. A vítima, morta em uma propriedade rural do município, ainda teve o seu corpo queimado.

 

Marcos Antônio, conforme a acusação, teria ido até a propriedade rural da família de Nilcelio, situada a cerca de 30Km do centro de Guaraí (Santo Reis), onde pediu uma oportunidade de trabalho. Nilcelio, que realizava a limpeza de algumas pastagens, acabou contratando Marcos Antônio, tendo como referência um irmão do jovem, que já trabalhava na propriedade há algum tempo.

 

Em juízo, Marcos Antônio alegou que no dia do crime os dois, que estavam sozinhos no local, teriam ingerido bebidas alcoólicas e que Nilcelio evidenciou interesse em manter relações sexuais com o acusado, ameaçando-o inclusive com um revólver. Após as insinuações, o autor contou que esperou a vítima se deitar em uma rede, para assim ataca-lo pelas costas com o machado.

 

Foto: Arquivo Familiar

Nilcelio Lino Maia, de 42 anos, vítima do homicídio ocorrido em Guaraí e que teve o corpo carbonizado (queimado).

 

O laudo que apontou as causas da morte constatou que Nilcelio, apesar dos graves ferimentos que sofreu, ainda estava vivo quando o autor do crime decidiu queimar seu corpo. Logo após cometer o homicídio bárbaro, Marcos Antônio fugiu da propriedade rural, levando consigo a moto da vítima, revendida por R$ 600,00 para um receptador. O veículo foi localizado pela polícia em Barrolândia.

 

Na definição da dosimetria da pena, o juiz que conduziu o julgamento, Dr. Fábio Costa Gonzaga, titular da Vara Criminal do Fórum da Comarca de Guaraí, sentenciou o réu a 25 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado, pelos crimes de homicídio qualificado e furto, com o agravante da vítima ter sido morta de forma cruel, sem qualquer possibilidade de defesa.

 

A defesa do réu, patrocinada pela Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE/TO), alegou que vai recorrer da sentença, com a intenção de reformar a dosimetria. Já os advogados de acusação e o Ministério Público Estadual (MPE/TO), consideraram a decisão justa, já que o crime foi praticado com requintes de crueldade, abalando a família que sofre até hoje com a perda.

 

Foto: Aquivo/Polícia Civil do Tocantins

Marcos Antônio Coelho de Nousa, de 27 anos, réu confesso do homicídio mostrando onde escondeu o machado utilizado no crime.