Durante uma manifestação de apoio a paralização nacional dos caminhoneiros realizada em Guaraí no final da tarde desta quinta-feira (24/05), um grupo de manifestantes pediu a intervenção dos militares. O grupo percorreu as principais ruas e avenidas da cidade, solicitando ainda doações para os caminhoneiros e seus familiares que estão acampados na região desde o início do movimento.

 

Depois de quatro dias de paralização, postos de combustíveis já não possuem mais estoques regulares. Muitos estabelecimentos comerciais da cidade, alguns por falta do que vender e outros em apoio ao movimento, estão fechando suas portas e dispensando temporariamente funcionários. Depósitos de gás também estão sendo afetados, assim como supermercados e restaurantes.

 

Foto: GUaraí Notícias

Manifestação de apoio aos caminhoneiros percorreu as principais ruas e avenidas de Guaraí.

 

O número de pontos de bloqueio nas rodovias federais que cortam o Estado, segundo informações repassadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), também aumentou, subindo de 8 para 10. Nestes locais, onde caminhões estão sendo impedidos de seguir viagem, apenas veículos de passeio, ambulâncias, cargas de medicamentos e produtos perecíveis estão sendo liberados.

 

Nas vias paralelas ao trecho urbano da BR-153 em Guaraí alguns comerciantes e apoiadores estão se unindo para fornecer alimentação aos caminhoneiros, incluindo churrasco. Igrejas e grupos de voluntários também estão fornecendo apoio com doações de alimentos, roupas e produtos de higiene pessoal. De maneira geral, a população, apesar dos transtornos, tem apoiado o movimento.

 

Foto: Guaraí Notícias

Comerciantes e apoiadores do movimento oferecendo churrasco para os caminhoneiros em Guaraí.

 

Reivindicação dos caminhoneiros

 

Além da redução do preço dos combustíveis, que representa 42% do custo no negócio, há outras motivações para o movimento. Uma das reivindicações é a cobrança da votação do Projeto de Lei 528/2015, que cria uma tabela com valores mínimos para o frete. A classe reivindica ainda a isenção do PIS, da Cofins e da Cide sobre o óleo diesel utilizado por transportadores autônomos.

 

Reações a paralisação

 

Diante do impacto das paralisações, o Governo Federal chegou a anunciar algumas medidas paliativas para buscar atender em parte a pauta dos caminhoneiros, incluindo o fim da Cide. A PETROBRÁS anunciou também algumas pequenas reduções nos preços dos combustíveis e fixou um desconto de 10% no preço do diesel, medida que seria válida por até 15 dias.

 

Apesar dos anúncios feitos pelo Governo Federal e também pela PETROBRÁS, a paralização continua e uma das principais lideranças envolvidas nos protestos, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCAM), reforça que o movimento só dará trégua quando a pauta principal de reivindicações for atendida de forma prática e efetiva, situação que parece ainda longe de um acordo.

 

Trechos bloqueados nas rodovias federais que cortam o Tocantins

 

 

Araguaína - BR-153, KM 152

Nova Olinda - BR-153, KM 208,7

Colinas do Tocantins - BR-153, KM 245

Tabocão - BR-153, KM 360

Paraíso do Tocantins - BR-153, KM 492

Gurupi - BR-153, KM 674

Alvorada - BR-153, KM 761

Pedro Afonso - BR-235, KM 164

Silvanópolis - BR-010, KM 306

Santa Rosa - BR-010, KM 260

 

Obs.: Em todos estes pontos o trânsito está sendo bloqueado para veículos de carga. Outros automóveis conseguem transitar normalmente.