O aumento do número de bilionários no mundo durante o ano de 2017 poderia acabar com a extrema pobreza, é o que constata um estudo da Organização Não Governamental britânica OXFAM, divulgado nesta segunda-feira (22/01). A entidade destacou que a concentração de riqueza neste seleto grupo de pessoas seria capaz de eliminar para sempre um dos maiores problemas da sociedade, a distribuição de renda, que atualmente torna o planeta cada dia mais desigual.

 

Segundo a OXFAM, existem atualmente mais de 2.043 bilionários no planeta, que concentram juntos 82% de todas as riquezas. 43 deles vivem no Brasil, lembrando que de cada 10 bilionários, 9 são do sexo masculino. Para se ter uma ideia da distância entre os mais ricos e os mais pobres, uma pessoa que ganha um salário mínimo de R$ 954,00 precisaria trabalhar 19 anos sem gastar um único centavo para acumular o que ganha um bilionário durante apenas 1 mês.

 

A ONG, que é uma das participantes ativas do Fórum Econômico Mundial, realizado anualmente em Davos na Suíça, faz um alerta para que os mais ricos comecem a repensar o modelo de distribuição de renda, privilegiando não apenas a riqueza, mas o trabalho e a valorização profissional. O relatório destaca ainda que se não houver uma mudança, até mesmo os mais ricos serão prejudicados, já que a “desigualdade tende a gerar ainda mais desigualdade”.

 

“Estima-se que um imposto global de 1,5% sobre a riqueza dos bilionários poderia cobrir os custos necessários para manter, por exemplo, todas as crianças do mundo na escola. Não podemos aceitar esta concentração de renda nas mãos de tão poucos. Precisamos enfrentar esta desigualdade, construindo um mundo mais igualitário, onde as pessoas sejam tratadas de forma mais justa”, destaca Katia Maia, diretora executiva da OXFAM Brasil.