Um grupo de cientistas do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, por meio de um trabalho colaborativo com a empresa farmacêutica Sanofi, desenvolveu em laboratório um anticorpo que promete atacar 99% das cepas (mutações ou variações) do vírus HIV, causador da AIDS. A descoberta foi anunciada nesta semana e é tratada como um “avanço estimulante” nas pesquisas que buscam a cura e também a prevenção da doença.

 

Conforme os pesquisadores envolvidos na pesquisa, os primeiros testes em seres humanos devem começar em 2018, com o objetivo de verificar se é possível prevenir ou tratar outras infecções virais além do HIV. A expectativa é de que a pesquisa possa encontrar um modelo padrão para controle de gripes, por exemplo, já que elas também possuem uma grande quantidade de mutações e variações, o que aumenta sua resistência com o passar do tempo.

 

“Nossos corpos lutam para combater o HIV e outros vírus mais resistentes, já que estes possuem a habilidade de mutação, que também modifica sua aparência. O estudo combina três desses anticorpos em um anticorpo tri-específico ainda mais poderoso. Eles são mais potentes e têm uma amplitude maior do que qualquer anticorpo natural jamais descoberto”, explica Gary Nabel, diretor científico da Sanofi e um dos autores da pesquisa.

 

Experimentos realizados em 24 macacos mostraram que nenhum dos que receberam o anticorpo tri-específico desenvolveu a infecção. “Verificamos um grau de proteção impressionante”, afirmou Gary. O trabalho incluiu ainda cientistas da Harvard, do The Scripps Research Institute e do Massachusetts Institute of Technology. Com o início dos testes em humanos no ano que vem, a eficácia será colocada em teste, para depois se transformar em tratamento.